sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Como se faz um Ateliê

Mais do que um espaço ideal para se trabalhar, pincéis organizados, papéis à disposição, uma mesa espaçosa ou mesmo um grafite bem apontado. O Ateliê é um espaço vital. Uma arquitetura de produção e pensamento.




Nossa sala ainda deixa muito a desejar se comparado a um estereótipo de espaço físico de trabalho plástico. Porém já existe desejo e necessidade de se transformar materiais. Existe vontade e interesse para a pesquisa de realização de idéias. Idéias que não cabem dentro de uma caixa, nem mesmo tem um nome definido. Nem mesmo categoria existe para essas novas idéias.

Nasce o respeito e a curiosidade para com o outro. 'Bonito', 'bem feito', 'melhor' já são palavras que tenho ouvido menos.




Surge a atitude de uma ateliê dentro de sala. Nossos alunos estão à duas semanas mergulhados em suas respectivas pesquisas de investigação visual. Nessa aula, colocamos na mesa em nossa frente cada processo de cada alunos. Como grupo, fomos fazendo perguntas e sugestões que contribuíssem com a pesquisa do colega. "Como vc fez isso?", "O que vc pretende fazer agora?","O que deu certo e errado até agora?". Como os materiais em pesquisa são diversos, os alunos têm muito o que contar e até sanar dúvidas que surgiram no meio de algumas propostas. O diário de pesquisa surge de todas essas conversas e experimentações. Mostrei alguns artistas que se relacionavam de alguma maneira com alguns trabalhos que já caminhavam.

As pesquisas continuam a todo vapor.

No segundo momento da aula conhecemos personagens. Sim, nossos alunos pesquisaram durante a semana o personagem que havíam sorteado na aula passada, cada personagem uma cor que o identificava e consequentemente ajudava a caracterizá-lo. Os alunos organizaram um figurino condizente aos personagens. Se vestiram, se prepararam, respiraram e... enfrentaram essa possibilidade de ser outra possibilidade, de viver outro nome, outra história, outras manias e costumes.

A partir de exercícios cênicos os alunos puderam explorar e fomentar as necessidades que os personagens exigiam. Como era o andar, o respirar ou mesmo uma situação cotidiana, como a personagem reagiria? Foi surpreendente e envolvente.




Para a proxima aula, nossos alunos continuarão investigando como vive esse personagem e para ajudá-los, irão procurar alguma noticia de jornal que tenha um relato de alguém que se relacione ao personagem trabalhado. Se tiver imagem melhor ainda.

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